O Grande Festival de Mela : Pushkar, Índia – Por Márcia Pavarini
Texto e fotos: Márcia Pavarini
Veja, abaixo, todas as imagens desta viagem na galeria de fotos.
Novembro/2007
Cavalos com olhos de norueguês? Camelos decorados apostando corrida ou fazendo acrobacias; bois com miçangas nos chifres…
…ascetas de turbante encantando cobras, gurus engolindo espadas e ciganas com roupas coloridas catando estrume para alimentar a fogueira. Bem, nada disso é surreal considerando que acontece na grande feira de Mela em Pushkar, a cidade sagrada dos Brahmas, na Índia.
Pushkar é uma pequena vila com apenas 11 mil habitantes, perto do deserto de Thar, no Estado do Rajastão, a noroeste da Índia. Sua importância histórica e religiosa é enorme, considerando-se que é o berço dos Brâmanes, a casta mais alta na hierarquia hindu. Abriga templos em homenagem ao deus criador Brahma, únicos em todo o território indiano.
Mas, em novembro de cada ano sempre na semana que precede à lua cheia, a pequena cidade de Pushkar é “invadida” por aproximadamente 200 mil pessoas entre visitantes, camponeses e nômades que vêm participar das competições de pintura, corrida e acrobacias de camelos e de cavalos, exposição e comercialização de animais.
Os pastores das tribos nômades do Rajastão (os RAIKAS) organizam-se com muitos meses de antecedência para a feira. Atravessam o árido deserto de Thar acompanhando suas manadas pela rota migratória para chegar a tempo à FEIRA DE MELA na KARTIK PURINA ( lua cheia de novembro).
Conforme vão chegando à planície desértica ao sul da cidade de Pushkar, local onde acontece a feira, vão se instalando em rústicas tendas, formando um gigantesco acampamento, a perder de vista pelo vale desértico.
O evento acontece na grande arena. A pintura e o ornamento dos camelos são avaliados por uma banca examinadora que dará a nota tendo em vista os requisitos exigidos. A grana do prêmio é alta e a estética do animal conta muito.
Mais de 50 mil animais são trazidos todos os anos para serem vendidos, trocados e negociados ou apenas para participarem das competições.
Os camelos, que são as estrelas da festa, são maquiados com hena, adornados com flores, pedrarias e a pelagem é tosada formando desenhos geométricos. A pintura e o ornamento dos camelos são avaliados por uma banca examinadora que dará a nota, tendo em vista os requisitos exigidos. São dez dias de movimento incessante.
No coração da cidade fica o lago sagrado aonde os cidadãos da casta Brahma vêm purificar-se e fazer as oferendas.
A Índia está entre os cinco maiores países do mundo e é o segundo mais populoso da Terra, com mais de 1 bilhão de habitantes, perdendo apenas para a China. Seu território vai desde as montanhas do Himalaia, ao norte, até o Oceano Índico, no Sul. Berço dos alicerces da espiritualidade moderna(o hinduísmo) a Índia é conhecida pelas técnicas de relaxamento, Yoga, técnicas do amor e sexo, o Kama Sutra, técnicas de cura através da medicinas alternativas como a ayurvédica. O chá, o algodão, as roupas e bijuterias continuam atraindo e encantando o Ocidente.
O país conquistou a independência do domínio britânico em 1947. Os idiomas oficiais são: hindi, Bengali, inglês e mais de 18 dialetos oficiais.
As religiões predominantes são: hinduísmo (80%) e islamismo (13%)
Caminhar entre as tendas e observar o vibrante cotidiano dos nômades acampados durante o festival é uma experiência daquelas que ficam tatuadas para sempre em nossa memória.
Fonte: Marcia Pavarini