Armênia: O primeiro país cristão. Por Marcia Pavarini
Localizada numa região montanhosa na Eurásia (encontro do leste europeu com a Ásia Menor), a Armênia foi a primeira nação a adotar o Cristianismo como religião oficial de Estado, quando comunidades cristãs começaram a se estabelecer na região desde o ano 40 d.C.
As belezas dessa histórica Nação, inebriam o visitante por sua magnífica arquitetura, monumentos da era do bronze, montanhas, picos, canions, cultura e culinária. As igrejas são o maior patrimônio cultural do país.
As centenas de igrejas espalhadas por todo o país, constituem um dos maiores acervos arquitetônicos religiosos do mundo. Igrejas ou ruínas de igrejas construídas a partir dos primeiros séculos da era cristã demonstram como a religião está enraizada na cultura do povo.
O Cristianismo foi levado pelos apóstolos São Judas Tadeu e São Bartolomeu, que lá pregaram e foram martirizados.
O Monte Ararat eleva-se majestoso sob a neve eterna
Ao sul do país, na fronteira com a Turquia, fica o bíblico monte Ararat, em forma de um cone vulcânico coberto de neves eternas, identificado no Gênesis como sendo o local onde a Arca de Noé teria tocado terra firme após o dilúvio.
Apesar de o povo, em sua maioria, professar a fé cristã, mantém tradições pagãs, como a oferenda de animais em datas festivas, ou em agradecimento a uma graça recebida.
Ovelhas ou galinhas, são oferecidas em ritual pagão. Quem faz a oferenda deve esfregar sal bento na boca do animal, proferindo orações. Em seguida, a veia do pescoço é cortada e o sangue deve ser escoado sobre uma canaleta especial. Depois de a pele ser retirada, o animal morto deve ser partido em 7 pedaços e distribuído para 7 famílias.
Amberd Fortress – Século 7. Fica a 2.300 m.
Monastério Geghard (século 4). A mais antiga Igreja construída dentro de uma caverna rochosa e a mais espetacular edificação da Armênia. Uma igreja sobrepõe-se à outra.
Monastério de Noravank século 13.
Monumento com letras do alfabeto Armênio.
Uma das dificuldades do cristianismo na Armênia é que não havia um alfabeto para a simbologia do idioma verbal. A partir do ano 405 o sábio, Mesrob Machdots, decidiu criar um alfabeto próprio, o que possibilitou a tradução da Bíblia para o armênio.
Yerevan
Yerevan, a emergente capital e maior cidade da Armênia, é um importante centro industrial, cultural e científico da região do Cáucaso. A Armênia tornou-se independente com o fim da antiga União Soviética. Mas o povo armênio, devido à sua história e múltiplas perseguições, encontra-se espalhado por todo o Oriente Médio e pelo mundo, inclusive no Brasil.
Florista colore o cenário na subida do monastério.
Tulipas floridas cobrem os campos como um tapete amarelo.
Cogumelos gigantes constituem iguaria refinada. É encontrado nas montanhas, a caminho da região de Goris e Tatev.
Frutas secas e doces regionais como o SUDJUGH, um charutinho recheado de nozes e coberto com xarope de uva, fazem a alegria dos visitantes.
Em Areni, famosa região dos vinhos, viticultores comercializam seus vinhos em garrafas de refrigerantes, sob um sol causticante.
Artesanato regional de influência russa.
Eu entre Gayane Simonyan (a proprietária da Guest House) e Christine. Excelentes anfitriãs.
Mapa da Armênia
A Armênia é um país barato para o turista. É possível viajar gastando 40 dólares por dia e ficar em uma Guest House por 10 dólares a diária.
Guest house de Gayane: 5 Sayat Nova Street – ap. 22 – 375001 Yerevan, fone: 3741 527588
Memorial do Genocídio
Há 92 anos, a Turquia resolveu exterminar todos os armênios residentes no país, sem deixar vivo a um só deles, para que desocupassem a área de domínio turco.
Doze mil criminosos foram libertados da prisão para que se encarregassem do massacre dos armênios, em princípios de 1915, degolando e esquartejando adultos e crianças por todas as aldeias.
Foi com esse mandado de extermínio ao povo armênio que, durante o império otomano, o ministro do Interior da Turquia deu início ao maior e mais atroz genocídio ocorrido fora de guerra, com a execução de quase 1.5 milhões de inocentes.
A Comissão de Direitos Humanos da ONU classificou como genocídio os atos de crueldade contra o povo armênio, uma decisão que já foi ratificada por 15 nações.
A diáspora dos armênios serviu para exaltar o patriotismo do povo, que se sente unido por um passado trágico. Em razão dessa identidade, conseguiram resistir, sobreviver e reconstruir-se como uma Nação.
A morte dessas pessoas é lembrada pelos armênios em todo o mundo em 24 de Abril.