Marcia Pavarini seleciona trinta lugares no planeta onde se deve conhecer – PARTE II
Em três etapas vamos publicar os trinta lugares no planeta,
selecionados por Márcia Pavarini, onde se deve conhecer
* Fotos Márcia Pavarini
PARTE II
Acesse: Parte I | Parte III
TAILÂNDIA
De norte a sul sem concorrente
É quase impossível citar apenas um lugar de interesse na Tailândia. Por isso, ela entra para a minha lista dos imperdíveis como um todo. Seja nas paradisíacas praias do sul, nos extraordinários templos de Bangkok, na profusão de cheiro e de cores do mercado flutuante, nos passeios de elefante, na colorida dança, ou na tribo das Karens, (as mulheres de pescoço comprido) ao norte, a Tailândia não tem concorrente. Além disso, ali se faz um turismo fácil, barato, gostoso, descontraído e, ainda de quebra, o povo é um dos mais hospitaleiros da Ásia. Quando voltei da Tailândia, trouxe comigo a certeza de que os quatro “s”, usados informalmente para definir o país (sol, seda, sexo e sorrisos) deveriam, na verdade, ser cinco. Falta o “S” de “surpreendente”.
TURCOMENISTÃO
Na Rota da Seda
Depois de uma longa viagem em direção ao leste, desembarquei no aeroporto de Ashgabat, capital do Turcomenistão. Ashgabat significa “cidade do amor” e emerge como uma graciosa cidade de onde saem as expedições para o deserto negro de Karakum, para as cidades pré históricas e para o famoso mercado colorido de Tolkuchka (onde se vende, de comida a camelos). A 400 quilômetros dali, à margem do deserto de Murgab, fica o sítio arqueológico de MARGUSH. São ruínas de uma cidade datada de 6.000 anos que revelam a arte e os costumes de uma antiga civilização, seus rituais funerários e cemitérios com esqueletos ao ar livre, em perfeito estado de conservação.
A rica tradição étnica, seus coloridos tapetes e os espetaculares monumentos em pleno deserto, fazem do Turcomenistão um dos países mais inexplorados, ao longo da antiga rota da seda.
Curiosidades: No Turcomenistão, o aluguel de um apê de 3 dormitórios vale R$ 3,00 ao ANO. Lá, a população não paga eletricidade, água encanada, sal nem gás de cozinha, e o litro de gasolina custa três centavos de Real.
LADAKH
Templos Tibetanos na Índia
Em seu romance “Horizontes Perdidos” o inglês James Hilton fala de um lugar situado entre as montanhas do Himalaya, com paisagens fascinantes, onde o tempo se detém num ambiente de paz, felicidade e sabedoria. A esse paraíso perdido deu o nome de SHANGRI-LÁ. Sonhadores e aventureiros tentaram em vão encontrar aquele local, que só existia nas páginas do seu livro. Mas nem tão irreal assim é essa ficção. Num lugar distante, situada no sudeste da Ásia central, dividida entre a Índia, o Paquistão e a China existe uma região que se encaixa como uma luva na descrição de Shangri-lá do escritor inglês. Ela se chama LADAK. Isolada do mundo, numa paradisíaca paisagem, exatamente entre as mais altas cadeias de montanhas do mundo, Ladakh parou no tempo ou, quem sabe, o tempo tenha parado para ela., Durante a ocupação chinesa do Tibet e com a perseguição aos monges budistas pelos chineses, hordas de Tibetanos instalaram-se no vale de Ladak implantando suas comunidades, arquitetura, cultura, economia, religião e língua própria. Esse povo mantém até hoje as tradições e costumes do Tibet. Daí o isolamento cultural em relação à própria Índia e aos países vizinhos, Paquistão e China.
SALTO ANGEL
Quase 1 km de queda livre
Uma mistura de magia e encantamento. Essa é a combinação para definir o Parque Nacional de Canaima. É um perfeito caleidoscópio aonde a gente vai girando, girando e as belezas vão se combinando diferentemente e formando um espetacular desenho na natureza. Na vasta região do Parque Nacional de Canaima, a sudeste da Venezuela, erguem-se pelas savanas os chamados “TEPUY”, que são as fenomenais formações rochosas em forma de “mesas”, com paredões escarpados que atingem até 2400 metros de altitude. É nesse cenário deslumbrante que as águas da catarata do Salto Angel despencam de uma altura de quase um quilometro, (980m) no paredão vertical de um dos Tepuy, o chamado AUYANTEPUY, o Salto mais alto da Terra. É longo o percurso para se chegar até o Salto Angel: ao todo, são oito horas de barco e três horas de caminhada montanha acima, mas a beleza da paisagem e a emoção de subir a correnteza do rio numa “curiara” (canoa motorizada feita pelos índios Pumón), fazem de cada minuto um momento de satisfação. Na queda livre, ao longo da rocha vertical a água vai se tornando apenas um vapor para chegar ao solo em forma de fina garoa.
AZERBAIJÃO
Fogo de Chão na Rota das Caravanas da Seda
Parece mágica. O fogo brota do chão como se viesse direto das profundezas do inferno. Também, pudera, o Azerbaijão é um dos países mais ricos em gás natural e petróleo da região do Cáucaso. Esse fenômeno pirotécnico foi citado por Marco Pólo em seu diário de viagem pela rota da seda, no século 12. Além dos gases que saem da terra em forma de fogo, existe na região de Qobustan a chamada FLATULÊNCIA GEOGRÁFICA. São crateras no solo, com aparência de caldeirões borbulhantes, que expelem barro vulcânico em temperatura ambiente. Da baía do mar Cáspio, se vê a muralha que abriga a cidade velha, uma mistura de monumentos, palácios medievais e mansões do século 19.
Tapetes, antiguidades e quinquilharias são exibidos nas calçadas do mercado na cidadela.
Quando pintar a fome, a dica mais quente é saborear a culinária típica, ao som de danças regionais, no Caravansarai, uma construção original de pedra do século 14 que servia de alojamento aos mercadores das caravanas.
VIAGEM AO VINHO DO PORTO
A tradição é: colher, pisar e beber
No final do verão (europeu) de 2004, época da colheita da uva, decidi botar a mão (e o pé) “na massa”.Viajei para a região do Douro, em Portugal, fazendo a Rota do Vinho do Porto para participar da vindima, um dos maiores acontecimentos no Peso da Régua. A região do Douro, no norte de Portugal, é conhecida como a pátria dos vinhos do Porto. Em meados de setembro, todas as cidades ribeirinhas, são mobilizadas para esta atividade sazonal, onde colhem, pisam e preparam o vinho para ser engarrafado. As mulheres colhem as uvas entoando cantigas populares enquanto os homens carregam os cestos vindimos até os lagares onde a uva é pisada à moda antiga. Obedecendo ao ritual da pisa, lavei os pés e entrei no lagar juntando-me ao grupo de pisadores que, lado a lado e de braços trançados, vão e voltam no lagar, pisando cada centímetro da uva. A paisagem bucólica, os terraços de plantações, ao longo do rio Douro, e a emoção de pisar a uva tornam a viagem um programa obrigatório.
Para participar da pisa,é só entrar em contato com a Quinta da Pacheca em Portugal pelo email: pacheca@mail.telepac.pt.
PUSHKAR – Índia
Festival de Mela
Cavalo com olhos de norueguês? Camelos decorados apostando corrida ou fazendo acrobacias? Bem, nada é surreal considerando que acontece na grande feira de Mela em Pushkar, a cidade sagrada dos Brahmas, na Índia. Em novembro de cada ano, sempre na semana que precede à lua cheia, a pequena cidade de Pushkar é povoada por aproximadamente 200 mil pessoas entre visitantes, camponeses e nômades que vêm participar das competições de pintura, corrida e acrobacias de camelos e de cavalos.. Os camelos são maquiados com hena, adornados com flores, pedrarias e a pelagem é tosada formando desenhos geométricos. São dez dias de movimento incessante.A grana do prêmio é alta e a estética do animal conta muito. O palco do gigantesco agrupamento de tendas é a planície desértica situada ao Sul da cidade. No coração da cidade fica o lago sagrado aonde os cidadãos da casta Brahma vêm se purificar e fazer as oferendas.
Caminhar entre as tendas e observar o vibrante cotidiano dos nômades acampados durante o festival é uma recordação daquelas que ficam tatuadas para sempre em nossa memória.
MALLORCA
Baleares Espanha
Selecionar uma, entre tantas belas ilhas da Europa não foi uma tarefa das mais fáceis. Perdoem-me os que não concordam, mas a elegida foi a Ilha de Mallorca, que fica no arquipélago das Baleares, na Espanha. Por que? Mallorca reúne um pouco da beleza das ilhas gregas, das italianas e das ilhas francesas. Ou seja: pequenas enseadas, praias de areias brancas e águas turquesas entre rochedos vertiginosos, paisagens estonteantes, monumentos históricos, arquitetura medieval e a catedral gótica. Além disso, oferece uma gastronomia peculiar e uma vibrante vida noturna. O sol sorrindo quase todos os dias do ano lhe deu a alcunha de Ilha da Luz. Durante o verão, as touradas fazem a alegria dos simpatizantes. É só ter um pouco de paciência com a falta de paciência do espanhol que dá tudo certo.
DESERTO DO ATACAMA
Um Mar de Sal – Chile
O difícil não é chegar em San Pedro de Atacama, mas ter de sair de lá. Tomar um avião de Santiago até Calama e depois um ônibus ou uma Van até San Pedro de Atacama, ao norte do Chile, é o primeiro passo para descobrir a magia que envolve a região. No meio do deserto salgado mais árido do mundo, fica o povoado de San Pedro de Atacama.Esta pacata vila, considerada a capital arqueológica do país, é um oásis em meio aos salares. San Pedro fica na depressão pré altiplânica a 2438 metros, acima do nível do mar. Com ruelas sem asfalto e casinhas empoeiradas feitas de adobe, uma espécie de tijolo artesanal secado ao sol, San Pedro parece ter parado no tempo. As paredes das construções têm um acabamento feito com uma mistura de barro, palha e água. Formado por lagos salgados, gêiseres fumegantes, vales e montanhas de sal, o deserto de Atacama apresenta paisagens lunares e formações espetaculares que variam de coloração conforme o nascer ou o pôr do sol.
MERGULHO COM O TUBARÃO BRANCO
Gansbaai – África do Sul – Johanesburgo – Cape Town – Gaansbai
“…A pequena lancha deixou o píer de Gansbaai, na África do Sul rumo a Dyer Island, (ou Ilha das focas), que fica a 5 milhas da costa.A jaula de aço, amarrada à popa, indicava que aquele não seria um mergulho como outro qualquer”.
Gansbaai fica a 180 quilômetros de Cape Town a sudoeste da África do Sul. A corrente gelada, que vem da Antártida e banha a costa oeste do país, leva até Gansbaai milhares de focas e leões marinhos que constituem a dieta predileta dos grandes tubarões. Em razão disso, Gansbaai é considerada a capital mundial do mergulho com o Tubarão Branco e um lugar privilegiado para se observar de perto este magnífico predador. Os bichanos chegam a esbarrar na jaula e até encaram a gente lá dentro tremendo de… emoção, e bota emoção nisso,com a adrenalina a mil!
Para assistir ao vídeo do mergulho com o tubarão branco acesse o link:
https://www.youtube.com/watch?v=FpSa9csaYmE