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O que Argel (capital da Argélia) tem em comum com Brasília?

Mesquita de Argel

Arquitetura moderna localizada ao centro de um rio.

Todo mundo sabe que Brasília tem o dedo, a mão e o braço de Oscar Niemeyer, um dos maiores representantes da arquitetura moderna da história. Mas o centenário arquiteto, falecido em dezembro de 2012, coleciona pelos  quatro cantos do mundo um legado de mais de 600 obras tão belas e nem tão célebres quanto as da Capital Federal.

Devido ao Golpe Militar de 1964 e após ter seu escritório  invadido, o arquiteto Oscar Niemeyer deixa o Brasil e muda-se para a França, onde abre um escritório em Paris. Começa então a safra de projetos internacionais, na qual se incluem as obras na Argélia. Niemeyer passa um período naquele país e leva inclusive amigos brasileiros para compor sua equipe.                                                                                                              

Monumento aos Mártires da Libertação Nacional da Argélia

Edifício, construído em forma de três Palmas na Argel. Monumento em uma praça, durante o dia, com pessoas passando, sentadas e fotografando.

Uma das obras do nosso brasileiríssimo artista fica no coração de Argel. No alto de uma colina, com uma esplendida vista para a baía, ergue-se o gigantesco edifício, construído em forma de três Palmas, dominando a grande esplanada.  Elaborado a partir do projeto arquitetônico de Niemeyer, foi encomendado pelo governo da Argélia em 1984, como monumento em homenagem aos mártires da Libertação Nacional, (1954-1062) da revolução argelina pela independência da França.  O monumento abriga o museu de “Moudjahid” com acervo cultural sobre os  acontecimentos dessa conturbada época.

projeto de Niemeyer, auditório na forma de um livro aberto na Universidade de Mentouri, na Argélia.

Outras obras  que fizeram do arquiteto uma figura popular naquele longínquo país da África  são:  o Edifício da Universidade Mentouri de Constantine;  a Mesquita de Argel(1971); a Universidade de Ciência e Tecnologia Houari Boumediene (1974) ; a Escola Politécninca de Arquitetura e Urbanismo (1975); e a sala Omnisport “La Cúpula”(1975).

 Universidades de Mentouri de Constantine

Universidades de Mentouri de Constantine, na Argélia.

Todas as obras evocam a curva livre e sensual das montanhas, dos rios,  do corpo de uma mulher, das nuvens do céu ou das ondas do mar, o que fez das obras do grande mestre sua marca registrada.

“Não é o ângulo reto que me atrai. Nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual. A curva que encontro nas montanhas do meu País, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, nas nuvens do céu, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o Universo – o Universo curvo de Einstein”.

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Márcia Pavarini

Marcia Pavarini é advogada de profissão, fotógrafa e apaixonada por viagens. Compartilha suas andanças pelo mundo no Diário das 1001 Viagens.

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