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Iêmen – Parte II Terra de Mistérios e Fortes Tradições Islâmicas Por Márcia Pavarini

CIDADES DE TIJOLO DE SOL 


 Palácio do sultão sobre a rocha


Considerada como “jóia” entre todas as cidades islâmicas, a arquitetura da cidade velha de Sana’a, capital do Iêmen, distingue-se da de qualquer parte do mundo.

Os centenários sobrados, chamados casas-torre, feitos de tijolos de barro secados ao sol, são robustos, apesar da aparente vulnerabilidade. O primeiro andar é edificado em basalto, os demais, com o típico tijolo artesanal ornamentados com elaborados frisos, ou elementos vazados, formando desenhos geométricos.

Todas as janelas levam um contorno branco, usado com muita imaginação. Os sobrados mais antigos ostentam na fachada, uma estrela de Davi.


O térreo era utilizado para abrigar os animais, onde, hoje, funcionam as abarrotadas lojinhas do “suq”.

 O primeiro andar, serve como depósito. O segundo, é o local onde o anfitrião recebe seus convidados; os últimos são distribuídos como quartos de dormir para as várias gerações da mesma família. Um dos andares é destinado às donzelas solteiras e o último pertence ao patriarca. 

As intrincadas construções de pedra no topo das áridas e quase inacessíveis montanhas, como a lendária Shihara, suas cidades fortificadas e os intrigantes sobrados feitos de “tijolos de sol” fazem do Iêmen um país de artesãos que professam a arte, nata, da arquitetura.


A excitante mistura de ruínas, monumentos e o colorido mercado de Sana’a, o “suq”, confinado entre as muralhas da cidade velha, levam o visitante a um estado de contemplação.


SOCIEDADE TRIBAL

Sua antiguidade, época em que pertencera a Ethiópia, conheceu o florescente reinado de Sheba, da rainha de Sabah, cujo encontro com o rei Salomão de Judá, (965-925 a C.) é mencionado em três livros sagrados: no velho testamento dos cristãos e judeus, na Bíblia ortodoxa da Ethiópia Kebra Nagast e no alcorão.


A história medieval do Iemen inicia-se com o islamismo. Depois de um período de invasões, o Iemen acaba dividido entre norte e sul. Recentemente, os dois países unificaram-se para formar a República do Iemen, com a capital política em Sana’a e a econômica em Aden, na costa sul. Mas a divisão interna entre as  tribos das montanhas do norte do país e da região de Mareb, antiga capital do reino de Sheba, impede uma política homogênea, dificultando o controle do governo sobre os conflitos tribais.

Enquanto o islamismo unifica o credo, a tradicional estrutura tribal divide a população iemenita em distintas unidades, que podem ser chamadas de Federações tribais, de acordo com a sua importância. Cada tribo elege um Sheik, que deve ser um homem respeitável e sensato que, supostamente, resolve os conflitos entre os membros da sua tribo, de acordo com a lei islâmica.   Em algumas regiões, como Shihara, a punição por um crime é de acordo com a lei tribal, valendo esta regra, também, para um estrangeiro. Muitos acreditam que em razão da heterogeneidade e rivalidade tribais  a população civil do Iêmen seja tão armada.



SEQUESTRO À MODA ANTIGA

Na década de 90, houve notícias de seqüestros de turistas no Iêmen. A vítima,  geralmente, muito bem tratada, era libertada em troca de benefícios de seu país de origem utilizados para melhorar a infra-estrutura da tribo dos seqüestradores. Ao ser liberado, o seqüestrado recebia presentes e até jóias de prata.


ESCOLTA MILITAR PARA VISITAR O IEMEN

Atualmente, não se têm notícias de seqüestros. Ainda assim, o governo adotou um procedimento ostensivo para garantir a segurança do estrangeiro. Para se visitar as regiões consideradas de risco, é necessária uma escolta militar com cinco ou seis soldados armados de metralhadoras. A cada 50 km, há uma barreira militar que inspeciona a autorização de passagem, previamente requerida pela agência de turismo, onde constam todos os dados de cada um que segue viagem para a região norte e leste do país.

Não perca! Na próxima edição você vai saber quem é considerado como “terceiro sexo” no Iêmen.  Quais são os objetos caseiros utilizados para a circuncisão (retirada do clitóris) das meninas e qual é o vício nacional da população do Iêmen.

Márcia Pavarini

Marcia Pavarini é advogada de profissão, fotógrafa e apaixonada por viagens. Compartilha suas andanças pelo mundo no Diário das 1001 Viagens.

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