ÁfricaLíbia

Líbia – O Esplendor da Roma Antiga na África

Por Márcia Pavarini – Texto e fotos
Veja abaixo da matéira, galeria de fotos


Sabratha Vista do Teatro Romano

Sabratha – Teatro Romano – Vista geral

Sabrata – Teatro Romano

Você sabe dizer onde fica a Líbia?Que mar banha o país? Qual é a sua capital? Com que países faz fronteira?

Caso a Nação não estivesse em tamanha evidência, em razão dos atuais conflitos políticos, acertar a resposta a todas as questões seria um grande feito.

Um dos portões de entrada da muralha que circunda
a cidade velha

Muito se tem falado sobre a atual situação de caos na Líbia, mas pouco se sabe sobre esse país, que abriga monumentais riquezas arqueológicas, arrebatadoras belezas naturais e uma cultura milenar ímpar. Aventurando-se no deserto ou mergulhando na história, uma viagem à Líbia é sempre uma experiência inesquecível.

Comandada com punho de aço pelo ditador Muammar Gaddafi, há quase 42 anos, já foi assentamento de antigos povos, os quais deixaram legados, que, hoje, encantam qualquer visitante.

Mapa Líbia

Situada no norte Africano (a poucas horas do sul da Itália), e banhada por 2 mil km pelo mar Mediterrâneo, a Líbia é o recheio do sanduiche entre a Argélia e o Egito, fazendo fronteira, ainda, com a Tunísia, Chade, Níger e Sudão.

 
Arco de Marco Aurélio século II

A Líbia foi fundada no século VII a.C.  pelos fenícios, que a chamaram de Oea.Por ali passaram (cronológica e historicamente)os fenícios,romanos, vândalos, bizantinos, árabes, espanhóis, turcos, berberes e italianos. Os italianos permaneceram em Trípoli de 1011 até 1951, quando finalmente a Líbia conquistou sua independência do domínio italiano.

Trípoli – Centro Cidade Nova

A capital Trípoli é a maior e a mais populosa cidade da Líbia. É em Trípoli que fica a sede do governo central e o palácio de Gaddafi, ah…mas dele, a gente só vê (e por fora) as inexpugnáveis muralhas que o cercam e  casamatas ao longo, a cada par de metros, onde soldados da guarda do ditador se enfurnam nas armas antiaéreas, sempre voltadas para o céu, como se o ataque fosse iminente, mesmo antes de ocorrer o conflito.
Etimologicamente, o nome Trípoli vem do grego (tri polis), que significa três cidades.

Marco da cidade, com uma estátua em cada pilar
(um navio a velas e um cavaleiro, representando a
libertação do país)

Em Trípoli não faltam avenidas largas, arborizadas, como a movimentada “SahaHadra”, também chamada de “Green Square”. No centro da cidade nova elevam-se os espigões e os Hotéis de luxo, onde pulsa o centro econômico e administrativo do país.

Tapeçaria cujo bordado reproduz a entrada do portal
da muralha da cidade velha – Souk Trípoli.

Souk (mercado)

Quinquilharias do Souk

Souk (mercado) Luminárias com arte em vitral
colorido- artesanato típico

Tapeçaria típica – Souk (Trípoli)

Souk (mercado) Luminárias com arte em vitral colorido

Souk (mercado) Luminárias com arte em vitral colorido

Artesanato típico de cerâmica utilizado como
recipiente de alimento

Mercado de Vitrais (Souk)

Mas a cidade velha (cidadela) mantém a atmosfera árabe com aqueles deliciosos mercados de quinquilharias (Souk), distribuídos em um emaranhado de ruelas, com lojinhas de roupas, tapeçaria, artesanatos típicos, especiarias, numa profusão de cores e aromas que invadem o ar dos labirintos. Depois de um passeio a pé pelo Souk (mercado), nada melhor do que sentar num glamoroso café, onde os clientes locais colocam o assunto em dia fumando o narguilé (tradicional cachimbo d’água).


ESPLENDOR DA ROMA ANTIGA NA ÁFRICA

Sabratha – Fachada frontal doTeatro Romano

Sabratha – Teatro Romano

Sabratha – Ruínas da cidade romana – Teatro Romano

Sabratha – Detalhe da escultura no mármore em alto relevo

Durante o período de ocupação romana, a cidade adquiriu o status de Cidade Romana mais importante da ÁFRICA. A proximidade com a Itália (o norte da Líbia fica a 800 km da Sicília, no mar Mediterrâneo) influenciou os imperadores romanos na África,que deixaram legados de grande riqueza arqueológica, hoje tombados pela UNESCO como patrimônio da Humanidade.

É o caso das antigas cidades romanas de SABRATHA e LEPTIS MAGNA.
Essas magníficas cidades romanas situadas ao longo da costa mediterrânea da Líbia devem seu esplendor ao Imperador “SEPTÍMO SEVERO”(ano 193 a 211 d.C).


CIDADE ROMANA DE SABRATHA

Inscrição no piso de mosaico do banho romano que
em latim quer dizer “Banho é bom para a saúde”
(Inspiração das atuais sandalhas de dedo)

Estátua da Deusa Vênus

Vista geral da cidade Romana

Arcos da Basílica de Justiniano – Era Bizantina 527 a 565 d.C.

Pia batismal do templo romano – Era Bizantina

Mausoléu Púnico

Sabratha fica na costa de Sidra, a cerca de 80 Km a oeste de Trípoli.
No final do século II, o imperador Septímio Severo quis transformar a sua cidade natal em uma metrópole comparável à Roma, capital do império romano, construindo monumentos arquitetônicos colossais e decorados de forma extraordinária.

O teatro romano de Sabratha, um dos mais belos e bem conservados do mundo antigo, possuía um palco de três níveis, decorado com colunas e com espaço para 5 mil espectadores. A entrada principal estava orientada para o mar. Os artesãos utilizaram mármore branco e rosado para a realização dos delicados baixos relevos.

O edifício, de grandes dimensões, pode ser avistado de longe e está circundado por uma grande extensão de ruínas, que contam a história e o cotidiano dos romanos.


CIDADE ROMANA DE LEPTIS MAGNA

Arco do ImperadorSeptímio Severo – Entrada da
cidade Romana 203 d.C

Antigo Salão Palestra – enorme pátio para esportes,
circundado por colunas

Basílicas.III 93m de comprimento e 43 de altura
(pedras vermelhas com corte de tijolinho)

Busto de Hercules

Templo de Nenphis

Mercato de tecidos e de alimento ano 8-9 a.C

Imponente Teatro Romano ano I d.C

Imponente Teatro Romano ano I d.C

Rua do Prostíbulo – Pênis estilizado em alto relevo, na pedra

Imponente Teatro Romano ano I d.C

Leptis Magna fica a cerca de 120km a leste da capital Trípoli, junto ao golfo de Sidra.

O imperador romano Septimio Severo concebeu em Leptis Magnaum ambicioso projeto urbanístico, que superava tudo o que havia sido realizado até o momento, inclusive em Sabratha. Construiu outra cidade com um colossal teatro, um novo fórum, amonumental basílica, saunas e os banhos romanos, além da arena para os esportes ladeada por colunas. O magnífico Arco do Triunfo é um dos monumentos que integram a grande metrópole e dá acesso a essa esplendorosa cidade romana da África.

A imponência dos edifícios de Leptis Magna pode ser observada no Teatro romano, inaugurado no primeiro ano da era cristã.


QASE HAJJ – PARA ARMAZENAMENTO DE GRÃOS

QaserHajjGranary – Edifício rudimentar para guardar grãos
e azeite das caravanas que por ali passavam – Arquitetura
Vernacular chamada de “anonimous espontâneo
indígenos e rural”

QaserHajj – Vista geral

Apetrechos usados pelos mercadores

Fachada do QaserHajj

CIDADE DE GHARYAN – CAVERNA DOS TROGLODITAS
(Escavada em 1666 de cima para baixo, como um poço)

Gharyancity – Antiga caverna dos trogloditas – escavada
como um fosso, de cima para baixo

Gharyan City – Antiga Caverna dos Trogloditas

Gharyancity – Antiga caverna dos trogloditas- Uma das
covas decoradas (hoje servem como sala de restaurante)

Gharyancity – Antiga caverna dos trogloditas- Uma das covas
decoradas (hoje, são utilizadas como salas do restaurante

Gharyancity – Antiga caverna dos trogloditas- decoradas ao
estilo beduíno, com tapeçaria no chão e paredes

Gharyancity – Antiga caverna dos trogloditas- Uma das
covas é usada para tecelagem de  tapetes

Gharyancity – Antiga caverna dos trogloditas – Utensílios
antigos servem de decoração

Gharyancity – Antiga caverna dos trogloditas – Os clientes
recebem a refeição em cômodos privados da caverna

Gharyancity – Antiga caverna dos trogloditas – Esse é o cômodo
onde nos foi servido o almoço (decoração beduína)

Gharyancity – Antiga caverna dos trogloditas – O filho da
família a quem pertence a caverna, fazendo chá espumoso
(para isso, troca várias vezes de vasilha até formar uma
espuma espessa como cerveja)

Gharyancity – É assim que fica o chá, cheio de espuma,
depois de ser trocado de vasilha varias vezes


PRATROS TÍPICOS


RashdaKeskas – Carne de cordeiro com macarrão fidelini e
grão de bico, cozido no vapor


Cuscuz com carne de peixe, cordeiro ou de camelo – sim, eles
comem carne de camelo

Estive na Líbia pouco antes de iniciarem os conflitos. Encontrei um povo gentil, acolhedor e sorridente, mas com a expressão travada pelas amarras da ditadura.

Na época, a insatisfação era velada, quase incontida, que só tomou força inspirada pela revolta dos vizinhos Tunísia e Egito.

Como diz o poeta “Um reino imposto à força nunca vai durar”, principalmente um reino que impõe ordem através do medo e do terrorismo.

A coragem não é a ausência do medo, mas a ausência do medo com a coragem de seguir em frente.

Esperamos que o povo líbio conquiste um Estado pacífico e soberano, norteado pela democracia.

Aqui vai um voto de boa sorte para meu guia líbio Salah, esperando que ele continue vivo para saborear a democracia que tanto almejou.

AGÊNCIA DE VIAGEM DE TRÍPOLI: JOYTOURS fone: 00218924169683
Fonte: Márcia Pavarini

Márcia Pavarini

Marcia Pavarini é advogada de profissão, fotógrafa e apaixonada por viagens. Compartilha suas andanças pelo mundo no Diário das 1001 Viagens.

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