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Turcomenistão: Castelos de Areia – Parte II Textos e fotos Márcia Pavarini

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Na edição TURCOMENISTÃO PARTE I você viu que essa ex República Soviética é um manancial de gás natural e de reserva petrolífera e que o governo entre, outras coisas, propicia regalias à população que não paga água, luz, sal e gás de cozinha e que também a gasolina é a preço de banana. Viu, ainda, que o contraste geográfico entre as planícies desérticas e a cadeia de montanhas proporcionam intrincados desafios aos visitantes. Conheceu um pouco sobre a charmosa capital Ashgabat que possui canteiros floridos por toda parte que justificam o nome de “cidade do amor”.

Nesta edição você vai conhecer uma civilização de 6.000 anos cujos ossos ainda jazem em covas ao ar livre. Vai atravessar comigo o escaldante deserto negro de Karakun, descobrir qual é a maior jóia do Mar Cáspio e, por fim, dar uma volta no colorido bazar TOLTUCHKA em pleno deserto.



TESOUROS DO DESERTO
 

E a 400 quilômetros da capital, à margem do deserto de Murgab fica um dos maiores tesouros da humanidade: o sítio arqueológico de MARGUSH. São ruínas de uma cidade datada de 6.000 anos, revelando uma civilização organizada pela hierarquia, seus costumes, rituais funerários e zoroastras (adoradores do fogo), a remota tecnologia da fabricação da cerâmica e seus famosos cemitérios com esqueletos nas covas ao ar livre, em perfeito estado de conservação.

Dentes de um esqueleto de uma jovem mulher, datados de 2300 a.C

Esta é a única civilização conhecida que mantinha o costume de enterrar o cavalo junto ao corpo do líder.



Seguindo a oeste, pelas escaldantes areias do Karakum, visitei a antiga cidade de MERV, um viçoso oásis no coração do deserto. Situado às margens do rio Murgab, a cidade de MERV é uma das mais antigas regiões do da Ásia Central, onde foi desenvolvido um fabuloso sistema artificial de irrigação que abastecia não só a população, mas também as caravanas de mercadores sedentos.


Cisterna subterrânea de Merv


Atravessando o inferno

Em meio ao sufocante deserto negro de KARAKUN, com redemoinhos de areias escaldantes, segui 500 quilômetros para o extremo oeste do Turcomenistão, em direção ao mar Cáspio, com Merdám, meu guia, e Igor o motorista russo. O calor emanado do solo fazia flutuar uma camada de ar quente tremulante dando-me a impressão de estar sobre o vapor dos caldeirões do inferno. Bandos de camelos cruzam calmamente a estrada, desafiando a paciente espera dos motoristas,  advertidos a respeitar o trânsito dos vagarosos animais.

Pela primeira vez presenciei o fenômeno que acontece nas planícies desérticas, onde a ilusão ótica nos faz ver água onde ela não existe. A ilusão torna-se tão real que se vê o reflexo de um camelo de verdade na água que é apenas uma miragem.

 

Ao longo da rudimentar estrada que corta o deserto, mulheres nômades vendem leite de camelo, ou melhor, de “camela” em garrafas de coca-cola. O leite de camelo é um excelente revigorante e hidratante, ele aplaca a fome e a sede dos nômades que atravessam o causticante deserto. Durante o verão, as temperaturas do deserto de Karakun atingem a marca dos 70ºC.


Igor me prepara um nescafé no deserto


Veja quem veio nos fazer companhia: uma Naja!


Jóias do Mar Cápio

Nas profundezas do Mar Cápio que banha o país, ficam as espécies de peixe mais cobiçadas do mundo: os Esturjões, que produzem o CAVIAR, ovas de peixe a preço de ouro. Fui ao mercado local conhecer o bichinho e degustar suas preciosas ovas.


Caviar: Beluga e Cevruga

 

Mercado Toltuchka: onde se vende desde comida a camelos

Esparramado por vários acres no deserto próximo à cidade, fica o TOLTUCHKA BAZAR, também chamado de “Sunday market” ou mercado de domingo. Na colorida e movimentada feira do TOLTUCHKA, praticamente toda a população vem comercializar seus produtos às quintas, sábados e principalmente aos domingos.

O Bazar a céu aberto vende desde alimentos até animais como: cabras, camelos, bois e ainda, antiguidades, tapetes, jóias amuletos, tecidos e outros bichos. Os coloridos tapetes são estendidos na areia ou pendurados em prateleiras improvisadas, formando um turbilhão de cores.


Eu, com um chapéu de pele de carneiro, típico da região do Cáucaso


O Chapéu “faz a cabeça” dos nômades turcomanos


COMO VISITAR O TURCOMENISTÃO
Entrar em contato com
AYAN – TOURISM & TRAVEL COMPANY
108-2/4 Magtumguly Ave.
Ashgabat, Turkmenistan 744000
Tel: (+ 993 12) 352914, 350797
Fax: (+ 993 12) 393355
Email: ayan@online.tm
Website: www.ayan-travel.com

Obs: Os vistos devem ser requeridos no aeroporto do país.

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Márcia Pavarini

Marcia Pavarini é advogada de profissão, fotógrafa e apaixonada por viagens. Compartilha suas andanças pelo mundo no Diário das 1001 Viagens.

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